Técnica de Viagem Ao Futuro durante o Sono
Se há quem sonhe com o futuro, por que as pessoas sob hipnose não poderiam vê-lo?"
Rita Moraes, revista IstoÉ
Rita Moraes, revista IstoÉ
Há 24 anos, ele enfrentou a comunidade acadêmica ao dizer que seus pacientes relatavam vivências de outras vidas. Psiquiatra formado pela Columbia University e pela Yale Medical School, nos Estados Unidos, disseminou o método de terapia de vidas passadas em todo o mundo, escreveu livros e virou best-seller com Muitas vidas, muitos mestres, de 1992.
Em sua quarta visita ao Brasil, onde já vendeu mais de um milhão de livros, Brian Weiss, 61 anos, lançou Muitas vidas, uma só alma (Edit. Sextante, 208 págs., R$ 19,90), título no qual defende outra controvérsia – a possibilidade de ir ao futuro. Ele provoca: “Os físicos falam sobre universos paralelos. O século XXII pode estar acontecendo agora, assim como o XVII. Por que não seria possível?”
ISTOÉ – Há ainda resistências contra a terapia de vidas passadas (TVP). Qual a reação à idéia de ir ao futuro?
Brian Weiss – Psiquiatras e acadêmicos que rejeitam a idéia não a conhecem. Digo a eles: tentem. Há pacientes que impressionam pelos detalhes. Alguns falam línguas que desconhecem. Nos EUA, um terço das pessoas acredita em reencarnação. No Brasil, pelo menos 50% da população também crê. O futuro é estudado pela física quântica. Os físicos falam sobre universos paralelos. Fiz uma pesquisa com pessoas que têm sonhos precognitivos e que tiveram experiências de quase morte. Os sonhos sobre acidentes ou doenças as ajudam a se prevenir e a tentar mudar o futuro. Se há quem sonhe com o futuro, por que as pessoas sob hipnose não poderiam vê-lo?
ISTOÉ – E as teorias de Carl Jung (psiquiatra suíço, 1875-1961) sobre a existência de inconsciente coletivo?
Weiss – As lembranças são muito específicas. Não falam de um grupo de pessoas, mas do sofrimento físico, de doenças e ferimentos, e das emoções, alegrias e tristezas, de uma em especial.
ISTOÉ – Como se dá a progressão?
Weiss – A técnica é a mesma da regressão. Coloco a pessoa num estado profundo de relaxamento, sob hipnose.
ISTOÉ – Em seu livro, o sr. fala de três situações futuras: daqui a 100/200 anos, que mostra um mundo populoso, muita poluição e aquecimento global; outra, entre 300 e 600 anos, de um mundo semidestruído, e outra, paradisíaca, daqui a mil anos. Não seriam apenas reflexos do desejo e crenças das pessoas?
Weiss – Faço pesquisa com grupos de pessoas que foram levadas para determinados anos, 2150, 2500 e 3000, e há consenso sobre o que vêem. Sete mil já participaram. Por que tantos dão a mesma informação? E essas pessoas se sentem mais felizes, melhoram sua saúde e seus relacionamentos e tomam decisões mais acertadas. Como médico e terapeuta, é o que me interessa.
ISTOÉ – Há pesquisas que indicam que na TVP, a parte do cérebro ativada é a que se refere a memórias, e não à elaboração, o que seria uma “prova” de veracidade. E na progressão, como uma pessoa pode relatar uma vivência que ainda não teve?
Weiss – Podemos ter memórias do futuro, porque o tempo pode não existir do jeito que pensamos. Talvez o passado e o futuro sejam paralelos, simultâneos. O século XXII pode estar acontecendo agora, assim como o XVII.
ISTOÉ – Todas as pessoas podem fazer esse tipo de terapia? Crianças, adolescentes, deprimidos?
Weiss – Sim. Adolescentes regridem facilmente e crianças mais ainda. O importante é que o terapeuta tenha boa experiência e integre as memórias ao tratamento. Não basta ter a lembrança para se curar. Se o deprimido não consegue se concentrar, deve tomar medicamentos e tentar. A maioria dos sintomas físicos ou mentais melhoram. É muito seguro.
ISTOÉ – Nessas terapias, mães, pais e irmãos aparecem em outras vidas como maridos e namorados. As pessoas lidam bem com isso?
Weiss – Reconhecer pessoas no passado ou no futuro é muito comum. Nós trocamos de corpo, de país, de religião para aprender sobre todos os lados. É o propósito da vida. O que sentimos é amor, não há nada de incestuoso, de negativo. As pessoas estão conectadas, viajam juntas para aprender.
ISTOÉ – Qual o intervalo entre vidas?
Weiss – Pode ser de uma semana ou de um século, depende da necessidade. Pessoas que morrem violentamente costumam voltar logo porque as lições continuam lá. Eu morri em 1942 ou 1943 na Tchecoslováquia e nasci em 1944. Na Suécia, um médico pesquisou pessoas que na regressão se viram como vítimas na Segunda Guerra. Elas lembraram de nomes e números tatuados em seus braços que bateram com os registros de guerra. Quando me viu, ele me disse, chocado: “Eu morri com você.” Ele me reconheceu.
ISTOÉ – Por que esquecemos das vidas passadas?
Weiss – Várias culturas acreditam que esquecer é uma forma de proteção. Acho que cada vida é um novo teste para saber se o aprendizado já faz parte de nossa natureza, se está no coração e não só na mente. A Terra é a escola, onde temos que aprender a não-violência, a compaixão, a paciência, a amorosidade.
ISTOÉ – Podemos acertar numa vida e errar numa posterior?
Weiss – Temos o livre-arbítrio e o destino, os dois coexistem. O destino é o plano para uma existência, mas o livre-arbítrio lhe permite escolher o que quer fazer. Por exemplo, há planos de você viver com uma pessoa, você decide não cumpri-los. Pode ter uma vida produtiva, mas, se naquele compromisso falhou, procurará outra oportunidade para cumpri-lo. O importante é que nunca morremos e progredimos sempre.
Abaixo, leia um trecho do livro.
Sei que para tudo há uma razão. Talvez na hora não tenhamos o discernimento nem a percepção para compreendê-la, porém, com tempo e paciência, ela acaba por se revelar.
Assim foi com Catherine. Eu a vi pela primeira vez em 1980, quando ela estava com 27 anos. Ela veio ao meu consultório buscando ajuda por causa da ansiedade, das crises de pânico e fobias. Embora esses sintomas se manifestassem desde a infância, tinham piorado nos últimos tempos. A cada dia ela se sentia mais paralisada emocionalmente e menos capaz de agir. Estava apavorada e, compreensivelmente, deprimida.
Em contraste com o caos que estava sendo, na época, a vida de Catherine, a minha fluía suavemente. Eu tinha um casamento estável, dois filhos pequenos e uma carreira em ascensão.
Desde o início minha vida sempre pareceu dar certo. Cresci num lar cheio de amor. O sucesso acadêmico veio com facilidade e no segundo ano de faculdade tinha decidido ser psiquiatra.
Formei-me com louvor na Universidade de Columbia, em Nova York, em 1966. Em seguida, fui para a Faculdade de Medicina da Universidade de Yale, onde me graduei médico em 1970. Após um estágio como residente no Centro Médico de Bellevue da Universidade de Nova York, voltei a Yale para completar minha residência em psiquiatria. Ao terminar, aceitei um cargo de professor na Universidade de Pittsburgh. Dois anos depois, ingressei no corpo docente da Universidade de Miami, chefiando a Divisão de Psicofarmacologia.
Lá alcancei reconhecimento nacional nas áreas de psiquiatria biológica e abuso de drogas. Depois de quatro anos, fui promovido a professor adjunto de psiquiatria da Faculdade de Medicina e nomeado chefe da psiquiatria num grande hospital filiado à universidade, em Miami. Naquela época, já publicara 37 ensaios científicos e capítulos de livros na área de psiquiatria.
Durante anos de estudo disciplinado, fui treinado para pensar como cientista e médico, amoldando-me aos estreitos caminhos do conservadorismo na minha profissão. Desconfiava de tudo que não se pudesse provar por métodos científicos tradicionais. Sabia dos estudos de parapsicologia que estavam sendo feitos nas principais universidades do país, mas eles não despertavam meu interesse. Pareciam- me muito artificiais.
Então encontrei Catherine. Durante 18 meses utilizei os métodos convencionais de terapia para ajudá-la a superar seus sintomas. Quando nada pareceu funcionar, tentei a hipnose. Numa série de transes hipnóticos, ela recordou-se de fatos ligados a suas "vidas passadas", que se revelaram a causa do que estava sentindo. Ela pôde também atuar como canal de informação de "entidades espirituais" altamente desenvolvidas, revelando, por meio delas, vários mistérios da vida e da morte. Em apenas alguns meses, os sintomas desapareceram e ela retomou sua vida mais feliz e em paz do que nunca.
Nada em meu passado me preparara para aquilo. Fiquei totalmente surpreso quando tais coisas aconteceram.
Não tenho uma explicação científica para esses fatos. Há muitas coisas acerca da mente humana que se encontram além da nossa compreensão. Talvez, hipnotizada, Catherine tenha sido capaz de focalizar a parte de seu subconsciente que armazenou lembranças reais de vidas passadas, ou, quem sabe, ela tenha interceptado aquilo que o psicanalista Carl Jung denominou inconsciente coletivo, a fonte de energia que nos cerca e que contém a memória de toda a raça humana.
Os cientistas estão começando a procurar respostas para isso. Enquanto sociedade, temos muito a ganhar com as pesquisas sobre os mistérios da mente, da alma, da continuação da vida após a morte e da influência de vidas passadas no nosso comportamento atual. É óbvio que as ramificações são ilimitadas, principalmente nos campos da medicina, da psiquiatria, da teologia e da filosofia.
A pesquisa científica rigorosa nessa área, contudo, está engatinhando. Há alguns progressos nessas investigações, mas o processo é lento e esbarra na resistência de cientistas e leigos.
Em toda a História, a humanidade tem resistido às mudanças e à aceitação de novas ideias. A tradição histórica está repleta de exemplos. Quando Galileu descobriu as luas de Júpiter, os astrônomos da época se recusaram a aceitar - e até a olhar - esses satélites, porque a existência deles era incompatível com suas crenças. O mesmo acontece com psiquiatras e outros terapeutas que se recusam a examinar e avaliar o número considerável de provas acerca da sobrevivência, após a morte física, de lembranças de vidas passadas. Seus olhos permanecem firmemente cerrados.
Este livro é a minha pequena contribuição para as pesquisas que estão sendo feitas no campo da parapsicologia, sobretudo no ramo que trata de nossas experiências anteriores ao nascimento e após a morte. Tudo o que está aqui descrito é verdade. Não acrescentei nada, e suprimi apenas as repetições. Alterei ligeiramente a identidade de Catherine para garantir a confidencialidade.
Levei quatro anos para decidir escrever o que aconteceu, quatro anos para reunir coragem e assumir o risco profissional de revelar esses fatos nada ortodoxos.
De repente, uma noite, enquanto tomava banho, me senti compelido a colocar no papel a experiência. Tive uma forte sensação de que o momento chegara, de que eu não deveria mais guardar o que sabia. Devia dividir com os outros o que aprendi, e não manter em segredo. O conhecimento viera através de Catherine, agora cabia a mim transmiti-lo. Estava consciente de que nenhuma consequência que viesse a enfrentar seria tão arrasadora como a de não compartilhar o conhecimento que eu adquirira sobre a imortalidade e o verdadeiro sentido da vida.
Saí rapidamente do chuveiro e me sentei à mesa, com a pilha de fitas que gravara durante as sessões com Catherine. Nas primeiras horas da madrugada, pensei no meu velho avô húngaro, que morreu quando eu ainda era adolescente. Sempre que lhe dizia que estava com medo de me arriscar, ele carinhosamente me incentivava, repetindo sua expressão preferida: "Diacho, diacho!"
A chave para alcançar o que deseja com a Lei da Atração é a VISUALIZAÇÃO. Descubra mais detalhes clicando aqui
Em sua quarta visita ao Brasil, onde já vendeu mais de um milhão de livros, Brian Weiss, 61 anos, lançou Muitas vidas, uma só alma (Edit. Sextante, 208 págs., R$ 19,90), título no qual defende outra controvérsia – a possibilidade de ir ao futuro. Ele provoca: “Os físicos falam sobre universos paralelos. O século XXII pode estar acontecendo agora, assim como o XVII. Por que não seria possível?”
ISTOÉ – Há ainda resistências contra a terapia de vidas passadas (TVP). Qual a reação à idéia de ir ao futuro?
Brian Weiss – Psiquiatras e acadêmicos que rejeitam a idéia não a conhecem. Digo a eles: tentem. Há pacientes que impressionam pelos detalhes. Alguns falam línguas que desconhecem. Nos EUA, um terço das pessoas acredita em reencarnação. No Brasil, pelo menos 50% da população também crê. O futuro é estudado pela física quântica. Os físicos falam sobre universos paralelos. Fiz uma pesquisa com pessoas que têm sonhos precognitivos e que tiveram experiências de quase morte. Os sonhos sobre acidentes ou doenças as ajudam a se prevenir e a tentar mudar o futuro. Se há quem sonhe com o futuro, por que as pessoas sob hipnose não poderiam vê-lo?
ISTOÉ – E as teorias de Carl Jung (psiquiatra suíço, 1875-1961) sobre a existência de inconsciente coletivo?
Weiss – As lembranças são muito específicas. Não falam de um grupo de pessoas, mas do sofrimento físico, de doenças e ferimentos, e das emoções, alegrias e tristezas, de uma em especial.
ISTOÉ – Como se dá a progressão?
Weiss – A técnica é a mesma da regressão. Coloco a pessoa num estado profundo de relaxamento, sob hipnose.
ISTOÉ – Em seu livro, o sr. fala de três situações futuras: daqui a 100/200 anos, que mostra um mundo populoso, muita poluição e aquecimento global; outra, entre 300 e 600 anos, de um mundo semidestruído, e outra, paradisíaca, daqui a mil anos. Não seriam apenas reflexos do desejo e crenças das pessoas?
Weiss – Faço pesquisa com grupos de pessoas que foram levadas para determinados anos, 2150, 2500 e 3000, e há consenso sobre o que vêem. Sete mil já participaram. Por que tantos dão a mesma informação? E essas pessoas se sentem mais felizes, melhoram sua saúde e seus relacionamentos e tomam decisões mais acertadas. Como médico e terapeuta, é o que me interessa.
ISTOÉ – Há pesquisas que indicam que na TVP, a parte do cérebro ativada é a que se refere a memórias, e não à elaboração, o que seria uma “prova” de veracidade. E na progressão, como uma pessoa pode relatar uma vivência que ainda não teve?
Weiss – Podemos ter memórias do futuro, porque o tempo pode não existir do jeito que pensamos. Talvez o passado e o futuro sejam paralelos, simultâneos. O século XXII pode estar acontecendo agora, assim como o XVII.
ISTOÉ – Todas as pessoas podem fazer esse tipo de terapia? Crianças, adolescentes, deprimidos?
Weiss – Sim. Adolescentes regridem facilmente e crianças mais ainda. O importante é que o terapeuta tenha boa experiência e integre as memórias ao tratamento. Não basta ter a lembrança para se curar. Se o deprimido não consegue se concentrar, deve tomar medicamentos e tentar. A maioria dos sintomas físicos ou mentais melhoram. É muito seguro.
ISTOÉ – Nessas terapias, mães, pais e irmãos aparecem em outras vidas como maridos e namorados. As pessoas lidam bem com isso?
Weiss – Reconhecer pessoas no passado ou no futuro é muito comum. Nós trocamos de corpo, de país, de religião para aprender sobre todos os lados. É o propósito da vida. O que sentimos é amor, não há nada de incestuoso, de negativo. As pessoas estão conectadas, viajam juntas para aprender.
ISTOÉ – Qual o intervalo entre vidas?
Weiss – Pode ser de uma semana ou de um século, depende da necessidade. Pessoas que morrem violentamente costumam voltar logo porque as lições continuam lá. Eu morri em 1942 ou 1943 na Tchecoslováquia e nasci em 1944. Na Suécia, um médico pesquisou pessoas que na regressão se viram como vítimas na Segunda Guerra. Elas lembraram de nomes e números tatuados em seus braços que bateram com os registros de guerra. Quando me viu, ele me disse, chocado: “Eu morri com você.” Ele me reconheceu.
ISTOÉ – Por que esquecemos das vidas passadas?
Weiss – Várias culturas acreditam que esquecer é uma forma de proteção. Acho que cada vida é um novo teste para saber se o aprendizado já faz parte de nossa natureza, se está no coração e não só na mente. A Terra é a escola, onde temos que aprender a não-violência, a compaixão, a paciência, a amorosidade.
ISTOÉ – Podemos acertar numa vida e errar numa posterior?
Weiss – Temos o livre-arbítrio e o destino, os dois coexistem. O destino é o plano para uma existência, mas o livre-arbítrio lhe permite escolher o que quer fazer. Por exemplo, há planos de você viver com uma pessoa, você decide não cumpri-los. Pode ter uma vida produtiva, mas, se naquele compromisso falhou, procurará outra oportunidade para cumpri-lo. O importante é que nunca morremos e progredimos sempre.
Abaixo, leia um trecho do livro.
Sei que para tudo há uma razão. Talvez na hora não tenhamos o discernimento nem a percepção para compreendê-la, porém, com tempo e paciência, ela acaba por se revelar.
Assim foi com Catherine. Eu a vi pela primeira vez em 1980, quando ela estava com 27 anos. Ela veio ao meu consultório buscando ajuda por causa da ansiedade, das crises de pânico e fobias. Embora esses sintomas se manifestassem desde a infância, tinham piorado nos últimos tempos. A cada dia ela se sentia mais paralisada emocionalmente e menos capaz de agir. Estava apavorada e, compreensivelmente, deprimida.
Em contraste com o caos que estava sendo, na época, a vida de Catherine, a minha fluía suavemente. Eu tinha um casamento estável, dois filhos pequenos e uma carreira em ascensão.
Desde o início minha vida sempre pareceu dar certo. Cresci num lar cheio de amor. O sucesso acadêmico veio com facilidade e no segundo ano de faculdade tinha decidido ser psiquiatra.
Formei-me com louvor na Universidade de Columbia, em Nova York, em 1966. Em seguida, fui para a Faculdade de Medicina da Universidade de Yale, onde me graduei médico em 1970. Após um estágio como residente no Centro Médico de Bellevue da Universidade de Nova York, voltei a Yale para completar minha residência em psiquiatria. Ao terminar, aceitei um cargo de professor na Universidade de Pittsburgh. Dois anos depois, ingressei no corpo docente da Universidade de Miami, chefiando a Divisão de Psicofarmacologia.
Lá alcancei reconhecimento nacional nas áreas de psiquiatria biológica e abuso de drogas. Depois de quatro anos, fui promovido a professor adjunto de psiquiatria da Faculdade de Medicina e nomeado chefe da psiquiatria num grande hospital filiado à universidade, em Miami. Naquela época, já publicara 37 ensaios científicos e capítulos de livros na área de psiquiatria.
Durante anos de estudo disciplinado, fui treinado para pensar como cientista e médico, amoldando-me aos estreitos caminhos do conservadorismo na minha profissão. Desconfiava de tudo que não se pudesse provar por métodos científicos tradicionais. Sabia dos estudos de parapsicologia que estavam sendo feitos nas principais universidades do país, mas eles não despertavam meu interesse. Pareciam- me muito artificiais.
Então encontrei Catherine. Durante 18 meses utilizei os métodos convencionais de terapia para ajudá-la a superar seus sintomas. Quando nada pareceu funcionar, tentei a hipnose. Numa série de transes hipnóticos, ela recordou-se de fatos ligados a suas "vidas passadas", que se revelaram a causa do que estava sentindo. Ela pôde também atuar como canal de informação de "entidades espirituais" altamente desenvolvidas, revelando, por meio delas, vários mistérios da vida e da morte. Em apenas alguns meses, os sintomas desapareceram e ela retomou sua vida mais feliz e em paz do que nunca.
Nada em meu passado me preparara para aquilo. Fiquei totalmente surpreso quando tais coisas aconteceram.
Não tenho uma explicação científica para esses fatos. Há muitas coisas acerca da mente humana que se encontram além da nossa compreensão. Talvez, hipnotizada, Catherine tenha sido capaz de focalizar a parte de seu subconsciente que armazenou lembranças reais de vidas passadas, ou, quem sabe, ela tenha interceptado aquilo que o psicanalista Carl Jung denominou inconsciente coletivo, a fonte de energia que nos cerca e que contém a memória de toda a raça humana.
Os cientistas estão começando a procurar respostas para isso. Enquanto sociedade, temos muito a ganhar com as pesquisas sobre os mistérios da mente, da alma, da continuação da vida após a morte e da influência de vidas passadas no nosso comportamento atual. É óbvio que as ramificações são ilimitadas, principalmente nos campos da medicina, da psiquiatria, da teologia e da filosofia.
A pesquisa científica rigorosa nessa área, contudo, está engatinhando. Há alguns progressos nessas investigações, mas o processo é lento e esbarra na resistência de cientistas e leigos.
Em toda a História, a humanidade tem resistido às mudanças e à aceitação de novas ideias. A tradição histórica está repleta de exemplos. Quando Galileu descobriu as luas de Júpiter, os astrônomos da época se recusaram a aceitar - e até a olhar - esses satélites, porque a existência deles era incompatível com suas crenças. O mesmo acontece com psiquiatras e outros terapeutas que se recusam a examinar e avaliar o número considerável de provas acerca da sobrevivência, após a morte física, de lembranças de vidas passadas. Seus olhos permanecem firmemente cerrados.
Este livro é a minha pequena contribuição para as pesquisas que estão sendo feitas no campo da parapsicologia, sobretudo no ramo que trata de nossas experiências anteriores ao nascimento e após a morte. Tudo o que está aqui descrito é verdade. Não acrescentei nada, e suprimi apenas as repetições. Alterei ligeiramente a identidade de Catherine para garantir a confidencialidade.
Levei quatro anos para decidir escrever o que aconteceu, quatro anos para reunir coragem e assumir o risco profissional de revelar esses fatos nada ortodoxos.
De repente, uma noite, enquanto tomava banho, me senti compelido a colocar no papel a experiência. Tive uma forte sensação de que o momento chegara, de que eu não deveria mais guardar o que sabia. Devia dividir com os outros o que aprendi, e não manter em segredo. O conhecimento viera através de Catherine, agora cabia a mim transmiti-lo. Estava consciente de que nenhuma consequência que viesse a enfrentar seria tão arrasadora como a de não compartilhar o conhecimento que eu adquirira sobre a imortalidade e o verdadeiro sentido da vida.
Saí rapidamente do chuveiro e me sentei à mesa, com a pilha de fitas que gravara durante as sessões com Catherine. Nas primeiras horas da madrugada, pensei no meu velho avô húngaro, que morreu quando eu ainda era adolescente. Sempre que lhe dizia que estava com medo de me arriscar, ele carinhosamente me incentivava, repetindo sua expressão preferida: "Diacho, diacho!"
A chave para alcançar o que deseja com a Lei da Atração é a VISUALIZAÇÃO. Descubra mais detalhes clicando aqui